Pular para o conteúdo principal


SANTUÁRIO DO ROCK


THE CULT. Love. Beggars, 1985.

Em 1985, a banda inglesa The Cult, lançou seu segundo álbum. Recheado de referências e influências do Led Zeppelin, Love veio ao mundo, ressuscitando a psicodelia de Hendrix e as guitarras de Page, acompanhadas pelo vocal a la Plant do jovem vocalista Ian Astbury.

Na época, a banda foi saudada como a “mais vital das ilhas britânicas” (ESCOBAR, 1987, p. 34) e o álbum Love foi chamado de “uma aventura surpreendente” (BORBA JUNIOR, 1986, p. 18).

O fato é que em suas dez faixas, a banda trata de assuntos ligados à natureza (influência da atração de Astibury pela cultura ameríndia) como em Brother Wolf sister moon, drogas em Nirvana e espiritualidade em Hollow man.

O ponto alto, sem dúvida, é a faixa She sells sanctuary (vale a pena ver o clip oficial do single, presente na nossa playlist), onde o vocal de Astibury duela com os riffs da guitarra de Billy Duff, resultando em uma música de vibe avassaladora. Puro blues metaleiro dos anos 1980. A banda ainda lançaria, na mesma década, os aclamados Electric (1987) e Sonic Temple (1989), mas sem a temática psicodélica de fins dos anos 1960, presente em Love.

Por ser um disco cheio de referências aos grandes nomes do hard rock dos anos 1960, dando uma nova roupagem a um estilo musical já esquecido, Love, do The Cult, é um disco que você tem que ouvir antes de morrer.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BLUES METALEIRO LED ZEPPELIN. Led Zeppelin I. Atlantic. 1969. O que The Beatles foram para os anos 1960, Led Zeppelin foi para os anos 1970. Em 1969 o mundo conheceria o hard rock , como um blues tocado de forma crua, violenta, potente e visceral. Formado por exímios instrumentistas, originados da banda The New Yardbirds , Jimmy Page, Robert Plant, John Paul Jones e John “Bonzo” seriam responsáveis pelo surgimento de uma nova dimensão do rock. Nunca houve e – acredito eu – jamais haverá uma banda como Led Zeppelin. A partir do antológico Led Zeppelin I a máxima sexo, drogas e rock and roll seria levada à enésima potência. A banda tomaria de assalto as plateias da Europa e dos Estados Unidos em uma escala jamais vista. Com canções do bluesman Willie Dixon ( You shook me , I can’t quit you baby ) tranvestidas em hard rock e faixas de autoria da banda, Led Zeppelin I foi gravado em apenas 36 horas de estúdio [1] , sendo recebido de forma fria pela crítica, que não re...
NINGUÉM ENTENDE UM MOD. THE WHO. My generation. Decca, 1965. Cada geração tem suas próprias angústias e frustrações. Não seria diferente com aqueles que adentraram nessa etapa da vida na década de 1960. Além disso, na Inglaterra, ainda havia o confronto entre Mods e Rockers, com cada grupo defendendo seu estilo de vida, seus ternos e seus dentes. O embate era, por vezes, na porrada mesmo. Como a maior representante do movimento mod, surge a banda The Who, composta por Pete Townshend (guitarra), Roger Daltrey (vocais), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria). Hoje considerada uma das maiores bandas de rock and roll de todos os tempos, a banda, inicialmente, ficou famosa por arrebentar completamente seus instrumentos no final dos shows. Seus primeiros álbuns vinham repletos de canções curtas e agressivas, com temas recorrentes de rebelião juvenil e confusão sentimental. Surtiram, inclusive, influências no surgimento do punk, anos depois. Para destacar seu esti...
SOBRE A BREVIDADE DA VIDA PEARL JAM. No code. Epic, 1996. O Pearl Jam, junto com Nirvana e Alice in Chains, foi um dos maiores expoentes da cena grunge de Seattle. Em 1991 lançaram Ten , um disco cheio de vibe, ritmos e guitarras estridentes. Em 1996, já devidamente lançado ao panteão dos grandes nomes do rock, a banda lança o enigmático No code , um petardo recheado de dúvidas existencialistas e crise de identidade, que faria Sêneca se sentir como membro da banda. Acostumados ao som arrasador dos discos anteriores, o público estranhou esse filhote no ninho. Entretanto, com o passar do tempo, No code se mostrou a verdadeira obra prima do Pearl Jam. No lugar das guitarras cortantes, o álbum abre com Sometimes , onde o sussurro de Eddie Vedder reverbera aos inauditos: “Sou apenas um livro entre tantos outros na estante”. Claro que, acostumados aos solos flamejantes de Mike MacCready, a banda não deixaria passar batido, e a segunda faixa Hail hail surge sem aviso, qu...