NINGUÉM ENTENDE UM MOD.
THE WHO. My generation. Decca, 1965.
Cada geração tem suas próprias
angústias e frustrações. Não seria diferente com aqueles que adentraram nessa
etapa da vida na década de 1960.
Além disso, na Inglaterra, ainda
havia o confronto entre Mods e Rockers, com cada grupo defendendo seu estilo de
vida, seus ternos e seus dentes. O embate era, por vezes, na porrada mesmo.
Como a maior representante do
movimento mod, surge a banda The Who, composta por Pete Townshend (guitarra),
Roger Daltrey (vocais), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria). Hoje
considerada uma das maiores bandas de rock and roll de todos os tempos, a banda,
inicialmente, ficou famosa por arrebentar completamente seus instrumentos no
final dos shows. Seus primeiros álbuns vinham repletos de canções curtas e
agressivas, com temas recorrentes de rebelião juvenil e confusão sentimental.
Surtiram, inclusive, influências no surgimento do punk, anos depois. Para
destacar seu estilo, a banda criou o slogan "Maximum R&B"
(Maximum Rhythm & Blues).
Mas, quem eram os Mods? A subcultura mod teve início em
turmas de garotos adolescentes cujas famílias eram ligadas ao comércio de
tecidos em Londres. Esses primeiros mods eram geralmente de classe média,
obcecados pelas tendências da moda e estilos musicais, como ternos italianos
bem justos, jazz moderno e rhythm and blues. É crença popular que os mods e
seus rivais, os rockers, foram uma evolução dos Teddy Boys, uma subcultura da Inglaterra
da década de 1950. Os Teddy boys, influenciados pelo rockabilly
norte-americano, usavam trajes e penteados pomposos. No entanto, não existe um
contínuo histórico consistente entre os Teddy Boys e os Mods, cujas origens se
encontram fora do espectro do rock and roll.
A estreia do The Who, em LP, foi em
1965, com My Generation. O álbum trazia
canções que se tornariam hinos do movimento mod, como The Kids Are Alright e a faixa-título My Generation, com o famoso verso "I hope I die before I get
old" ("Eu espero morrer antes de ficar velho"). Além disso, vinha repleto de angústias
juvenis, como por exemplo em I don’t mind:
“Eu não me importo com seu amor, Eu não me importo em quem você está pensando”;
ou em Instant Part, “Tudo que eu
faço, eu penso em você. Não importa o quanto eu tente, eu não consigo. Esses
círculos me levam de volta a você”.
Aqui no Brasil, a banda The Who e o
movimento Mod influenciaram a banda paulista Ira! e são a grande inspiração
para Eddie Vedder (Pearl Jam).
Por ser um marco na cultura mod e
prever o surgimento do movimento punk, My
generation, do The Who é um disco que você tem que ouvir antes de morrer.
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